Migrar para cloud não é mais uma questão de "se", mas de "quando" e "como". Para PMEs, a nuvem oferece acesso a infraestrutura de nível enterprise sem o custo de manter servidores próprios. Mas uma migração mal planejada pode custar caro — literalmente. Este guia mostra como fazer certo.
Por que migrar para cloud?
Os benefícios vão muito além de "não ter servidor na empresa":
- Escalabilidade: Aumente ou diminua recursos conforme demanda
- Disponibilidade: SLAs de 99.9%+ que servidores locais não conseguem
- Segurança: Patches automáticos, backups, compliance
- Custo previsível: OPEX em vez de CAPEX
- Acesso remoto: Trabalhe de qualquer lugar
- Recuperação de desastres: Dados replicados em múltiplas regiões
"Cloud não é só tecnologia, é modelo de negócio. Você para de comprar servidores e passa a comprar capacidade."
Principais provedores: AWS vs Azure vs GCP
Amazon Web Services (AWS)
Maior participação de mercado (32%), maior catálogo de serviços. Ideal para empresas técnicas que querem máxima flexibilidade.
- Prós: Mais serviços, maior comunidade, documentação extensa
- Contras: Pode ser complexo, precificação confusa
- Ideal para: Startups tech, aplicações web modernas
Microsoft Azure
Segunda maior (22%), integração nativa com produtos Microsoft. Ideal para empresas que já usam Microsoft 365 e ferramentas MS.
- Prós: Integração M365, Active Directory, híbrido facilitado
- Contras: Interface pode ser confusa, suporte nem sempre rápido
- Ideal para: Empresas Microsoft-centric, aplicações .NET
Google Cloud Platform (GCP)
Terceiro maior (10%), forte em dados e machine learning. Preços competitivos.
- Prós: Melhor para Big Data/ML, interface limpa, bom suporte
- Contras: Menos serviços que AWS/Azure, menor ecossistema
- Ideal para: Projetos de dados, aplicações modernas
Para PMEs que usam Microsoft 365, Azure geralmente é a melhor escolha pela integração nativa. Para projetos greenfield ou startups, AWS oferece mais opções.
Estratégias de migração
Existem diferentes abordagens, cada uma com suas vantagens:
1. Lift & Shift (Rehost)
Mover aplicações como estão para a nuvem. Mais rápido, mas não aproveita recursos cloud-native.
- Quando usar: Migração urgente, aplicações legadas
- Benefício: Rápido, baixo risco
- Desvantagem: Pode ser mais caro que on-premise
2. Replatform
Fazer pequenas otimizações durante a migração. Ex: trocar banco de dados local por RDS/Azure SQL.
- Quando usar: Aplicações que podem se beneficiar de serviços gerenciados
- Benefício: Melhor custo-benefício que lift & shift
- Desvantagem: Requer mais planejamento
3. Refactor/Rearchitect
Reescrever a aplicação para ser cloud-native. Containers, serverless, microserviços.
- Quando usar: Aplicações estratégicas de longo prazo
- Benefício: Máximo aproveitamento da nuvem
- Desvantagem: Maior investimento inicial
4. Hybrid
Manter parte on-premise e parte na nuvem. Comum para dados sensíveis ou latência crítica.
Planejando a migração
Uma migração bem-sucedida começa com planejamento detalhado:
1. Inventário de aplicações
- Liste todas as aplicações e suas dependências
- Identifique criticidade de cada uma
- Documente requisitos de recursos (CPU, RAM, disco)
- Mapeie integrações entre sistemas
2. Análise de custos
- Calcule custo atual do on-premise (servidor, energia, manutenção)
- Estime custo na nuvem com calculadoras oficiais
- Considere Reserved Instances para economizar 40-70%
- Não esqueça custos de transferência de dados
3. Escolha do provedor e região
- Considere latência para seus usuários
- Verifique compliance (LGPD exige dados no Brasil?)
- Compare preços entre regiões
4. Plano de migração
- Defina ordem de migração (menos crítico primeiro)
- Estabeleça janelas de migração
- Crie plano de rollback
- Defina critérios de sucesso
Segurança na nuvem
Cloud não é automaticamente seguro. Você é responsável pela configuração:
Modelo de responsabilidade compartilhada
- Provedor cuida de: Infraestrutura física, rede, hypervisor
- Você cuida de: Configuração, dados, acesso, aplicações
Práticas essenciais
- MFA obrigatório: Para todas as contas, especialmente admin
- Princípio do menor privilégio: Acesse apenas o necessário
- Criptografia: Dados em trânsito e em repouso
- Logs e monitoramento: CloudTrail/Azure Monitor ativos
- Backup automático: Teste restauração regularmente
Otimização de custos
Cloud pode ser caro se não for bem gerenciado. Dicas para economizar:
- Right-sizing: Use o tamanho de instância adequado, não maior
- Reserved Instances: Comprometa 1-3 anos para desconto de até 72%
- Spot Instances: Para workloads que toleram interrupção (até 90% desconto)
- Auto-scaling: Escale automaticamente conforme demanda
- Desligue recursos não usados: Ambientes de dev/teste fora do horário
- Storage tiers: Use classes de armazenamento adequadas
A primeira fatura cloud costuma ser uma surpresa. Configure alertas de billing desde o primeiro dia para evitar sustos.
Erros comuns a evitar
- Migrar sem planejar: "Vamos jogando para cloud" nunca termina bem
- Ignorar custos de rede: Egress (saída de dados) pode ser caro
- Não treinar a equipe: Cloud exige conhecimento específico
- Lift & shift de tudo: Algumas aplicações não se beneficiam
- Esquecer da segurança: Configuração padrão não é segura
- Não monitorar custos: Recursos órfãos consomem dinheiro
Próximos passos
- Faça o inventário: Liste todas as aplicações e servidores atuais
- Avalie provedores: Compare AWS, Azure e GCP para seu cenário
- Comece pequeno: Migre um sistema não-crítico como piloto
- Aprenda com o piloto: Ajuste processos antes de migrar produção
- Migre em fases: Não faça tudo de uma vez
A Blumenau TI oferece consultoria completa em migração para cloud. Desde a análise inicial até o acompanhamento pós-migração, podemos ajudar sua empresa a aproveitar o melhor da nuvem sem surpresas.
